OS MILITARES MUDARÃO NO VOTO
Está na hora de o militar quebrar o gesso moldado pela profissão, abrir espaços e ocupar plenários e tribunas por esse país afora, com seus próprios representantes. Alheios da política, por tradição e regulamentos, hoje os militares e a sua instituição sofrem sem representantes no Congresso para defendê-los do abandono, da baixa remuneração e dos constantes ataques que vêm sofrendo.Diante disso, já começa a haver um forte movimento de grupos de militares em todo o Brasil, com o objetivo de escolher e lançar os seus próprios candidatos na disputa eleitoral, incluindo civis, desde que alinhados com os seus ideais.Esses grupos crescem e se organizam assessorados e apoiados por profissionais civis de várias áreas. Eleger seus próprios candidatos, não só para defendê-los e à instituição, mas, acima de tudo, para juntar força política na luta por segurança, na defesa e manutenção dos valores morais da nação, na garantia da lei e da ordem, e no desenvolvimento de ações objetivas, em proveito do bem-estar do povo e do real crescimento deste país, com estratégia, planejamento, disciplina e honestidade. Ao trocar a espada pelo voto, mais do que nunca, as Forças Armadas estarão cumprindo com a sua missão constitucional de defender a pátria das ações inimigas internas e externas.Essa troca de armas é necessária e urgente para adequá-la à arena onde tentam enfraquecê-las e derrotá-las.O teatro de operações hoje é o Parlamento. É da tribuna a peleia. A família militar possui mais de cinco milhões de votos, que são pulverizados e perdidos a cada pleito, muitas vezes com candidatos que, eleitos, nada fazem pela classe militar e, pior que isso, ainda juntam vozes aos seus críticos revanchistas, que se julgam no direito de bater e de lhes atribuir os desmazelos da nação. O toque de reunir começa a ressoar, chamando os homens de farda e seus familiares para se juntarem em torno desse objetivo. Com eles, certamente virão as gerações de reservistas, porque serviram à pátria e conheceram os valores da vida castrense, e os brasileiros ordeiros, honestos e patriotas, porque nauseados pelos escândalos que envolvem o país. Como da outra vez, agora nas urnas, a maioria do povo brasileiro marchará junta, pois esse é o mesmo povo que, a cada pesquisa de opinião, tem mantido uma alta credibilidade nos militares e na instituição, apesar da imagem negativa que alguns tentam fazer crê-lo. Os tempos são outros. Está na hora de o militar quebrar o gesso moldado pela profissão, abrir espaços e ocupar plenários e tribunas por esse país afora, com seus próprios representantes. Entretanto, há que se tomar o cuidado para que sejam mantidos a disciplina e os valores forjados na caserna, pois eles fortalecerão a caminhada. Pode-se até ter a impressão de que já se faz tarde essa mudança de atitude e que tardio também é o toque dos clarins para reunir as forças, mas ainda há tempo, basta começar. Outubro está aí. A eleição de um vereador militar em Porto Alegre; no último pleito, já é fruto desse trabalho. E alguma coisa já mudou. “Mudaremos no voto!” é o seu grito de guerra. Emerson Rogério