O problema da saúde no Brasil é falta de dinheiro?
Não, claro que não.
A falta de dinheiro não é o principal problema que enfrentamos. Se isto fosse verdade, teríamos de aceitar que o problema do Brasil, como um todo, é a falta de dinheiro, o que me parece uma resposta muito simples e aparentemente sem responsáveis para um problema muito sério e complexo, além de ser pouco lógica e insustentável do ponto de vista técnico.
Atualmente estamos observando a discussão da recriação de mais um imposto – a Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF) ou, com roupagem nova, Contribuição Social para a Saúde (CSS) –, pretensamente destinado exclusivamente para a saúde. Nada de novo no horizonte; já tivemos essas discussões no passado sem, no entanto e de fato, aumentar o “investimento” em saúde, mensurado como um determinado % do PIB. Esse investimento (público e das esferas federal, estadual e municipal) tem se mantido, no total, em torno de 3,5% nos últimos 10 a 15 anos. É pena que as questões que envolvam o interesse da sociedade sejam discutidas de forma tão superficial e imprópria à luz dos conhecimentos atuais. Obviamente não há a mínima chance de essa decisão, a criação da CSS, minimizar os graves problemas de saúde que hoje enfrentamos. Há uma ilusão e a geração de expectativas que são perversas para a população, já desiludida ou alienada conscientemente.
Olhando à longo prazo e numa compreensão de fenômenos em curso, exige-se uma maior reflexão e cuidado na decisão. Em primeiro lugar, há estudos que retratam a importância de investimentos em outros setores da economia, tais como educação, saneamento básico, habitação, transporte, segurança, entre outros, que, quando feitos adequadamente em países no estágio de desenvolvimento em que o Brasil se encontra, “produzem” tanto quanto ou até mais saúde do que o próprio investimento direto em saúde.
Não me refero a casos específicos, mas, sim, ao todo de benefício ou ganho de saúde para a população. Por exemplo: de que adianta ter uma unidade de terapia intensiva altamente qualificada e muito bem equipada para atender inúmeros indivíduos envolvidos em casos de acidente de trânsito, ferimentos por arma de fogo? Seria muito mais lógico investir para coibir esses eventos e deixar esses leitos preciosos para casos que dependem dos verdadeiros agravos à saúde do inerente e ainda desconhecido corpo humano.
Outro aspecto é que não adianta "aumentar o tamanho da fatia da pizza da saúde" e diminuir o da segurança, pois desta forma, teríamos mais pessoas vítimas da violência, e a aumento do gasto do setor da saúde, enfim, sairia "elas por elas", não mudaria nada.
O melhor é "aumentar o tamanho da pizza" (quando digo pizza me refiro ao PIB) como um todo e assim todos os setores receberiam mais recursos.
Além disso é preciso definir as prioridades do setor. O que seria melhor: criar novos programas de saúde, ou ampliar os já existentes?
Conhecer nossas limitações e buscar soluções que satisfaçam os interesses de um todo, e principalmente em prol do usuário do sistema de saúde (o cidadão), são de vital importância para a evolução de nosso sistema de saúde.
É muito importante também conscientizar e responsabilizar os elegíveis que tomam decisões em nome da sociedade.
O que causa o "problema na saúde" é o desvio de verbas, superfaturamento de equipamentos, enfim, toda a corrupção que aflinge nosso amado país.
Não falta dinheiro, pelo contrário, sobra, sobra tanto que até pagamos indenizações Bilhonárias aà "ex-perseguidos políticos do Regime Militar" (ex-guerrilheiros).
O problema real é a corrupção, que já corrompe 80% dos políticos e 20% da diretoria dos hospitais brasileiros.
O Governo, seja federal, estadual ou municipal não precisa de mais dinheiro, precisa de mais competência e menos corrupção.
Asp. Ref. Anderson L. S. Ferreira Oliveira