RENDA PER CAPITA - imaginem se não hovessem tantos ladrões

RENDA PER CAPITA LEMBRA OS ANOS DO MILAGRE ECONÔMICO

A renda per capita do Brasil aumentou 4% em 2007, superando a média do período chamado de milagre econômico no País, nos anos de 1970. Os dados são do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, Ipea, que trabalhou em cima dos números obtidos entre 1950 e 1980. Nesse período, a média do aumento do PIB per capita foi de 3,9%. Em 1973, o Brasil assombrou o mundo, como hoje acontece com a China, crescendo a renda per capita 11,07% e o PIB incríveis 13,97%. São três os setores mais importantes na formação do PIB: a agropecuária, indústria e serviços. O consumo igualmente é levado em conta, separado por setores como o grupo família e governo. Crescendo 5,4% em 2007, índice que o presidente Lula acredita que será corrigido para mais, o PIB brasileiro ficou em R$ 2,558 trilhões, com renda per capita de R$ 13.515,00. Especialistas alertam, no entanto, que o crescimento de 2007 veio pela abundância de crédito, por mais empregos, pela forte inclusão no consumo da classe C e uma boa dose de investimento. A renda per capita é obtida dividindo-se o PIB pela população. Sendo assim, o mercado interno puxou o crescimento, o que poderá se repetir em 2008, na análise de organismos internacionais que apostam nisso em relação à China, Rússia, Índia e o Brasil para refrear a crise financeira nos EUA. De qualquer forma, as exportações também ajudaram, pois o preço das principais commodities embarcadas para o exterior pelo Brasil teve alta. Dessa forma, mesmo que alguns produtos tenham perdido quantidade, o valor compensou e muito bem. Em 2008, o superávit, entretanto, caiu para US$ 2,838 bilhões no primeiro trimestre, menos 66,9% sobre 2007, obrigando o ministro Guido Mantega a prometer "correções de rumo" no comércio exterior. Porém, o consumo das famílias brasileiras cresceu 6,5% em 2007, e isso ocorre pelo quarto ano consecutivo. O percentual do ano passado foi o maior dos últimos 11 anos. O setor primário também puxou o Brasil, com 5,3%, depois dos 4,2% em 2006. As lavouras de trigo, milho, cana-de-açúcar e soja concentraram a expansão do setor. A pecuária teve peso menor. A indústria cresceu 4,9% em 2007, contra 2,9% em 2006. A média do crescimento econômico do País vem aumentando ano após ano. O Brasil, ainda segundo o IBGE, está se expandindo por 24 semestres seguidos, o maior período dos últimos 30 anos. O importante é o monitoramento e a permanência de metas, com a infra-estrutura tendo destaque. Se o Programa de Aceleração do Crescimento, PAC, realmente tocar a economia em 2008, ao lado da construção civil e do setor automobilístico, a tendência será um crescimento entre 5% a 6% do PIB em 2009 e 2010. Para tanto, há que haver uma coordenação da União, estados e municípios sobre as importações, olho no câmbio, com o real sobrevalorizado tendo de cair, mão-de-obra mais qualificada e investimento na educação tecnológica, que o mundo mudou rapidamente. A meta é manter em patamares altos o desenvolvimento, aí sim, chegando a alcançar os números espetaculares da década de 1970, justificadamente chamada de "milagre econômico". Mágica dos generais-presidentes? Com certeza que não houve, mas sim muito investimento, criação de empresas industriais de base, portos, aeroportos, rodovias e toda uma concepção de Brasil que fez chegar até os dias atuais muitos dos seus reflexos.